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A saliva que umedece
Poemariam - Um tratado sobre línguas



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Sinopse

Ao longo de 128 páginas, 21 capítulos (escritos em versos) e um pós-escrito, os preceitos “dados por uma sociedade heteronormativa” são questionados ( e derrubados) de forma clara, evidente, propositiva. A saliva que umedece, poemariam, um tratado sobre línguas, em uma tênue narrativa, surge em forma expressiva não usual. Enquanto pergunta, provoca, desenvolve conceitos e, logo ali a seguir, os destrói, como faria uma autêntica anarquista. Apresenta e evolui um misto de reflexões, comentários e devaneios, em uma proposta visual característica em seus trabalhos anteriores. mariam pessah (assim, em minúscula) busca, ao escrever, a independência, estar em trânsito, não ser enquadrada em um escaninho, que somente viria a limitar suas possibilidades tanto na maneira de ser, viver ou escrever.

O ponto de vista de mariam pessah é o de uma pessoa lésbica, “feminiSTa mas não feminina”, que começa a abrir os olhos para a não binariedade em um mundo que “se entende dentro de binómios. Isto ou aquilo”. Para ax autorax, a não binariedade vai além do tema sexo/gênero.

A origem do título é uma variação do verso A saliva que umedece a língua, em As Guerrilheiras, de Monique Wittig. A partir desta frase, mariam “foi brincando e norteando os poemas”. Da linguagem não binárie “para além da letra E”, evita os marcadores de um gênero não definido. A proposta é mais do que uma regra não binárie: ela/elu/elax/elae. A obra de mariam acolhe a experimentação de diferentes formas de grafar, “habitar e desabitar as palavras e ir provando (e dançando) em qual dos pronomes e grafias a eu lírica vai se sentindo confortável”.

O trabalho com as palavras no espaço da página, em diferentes espaçamento e tamanhos, proporciona uma orientação para a leitura, dando direção de áudio e colocação no espaço. Se está perto, longe, sussurrando ou gritando. Trata-se de uma leitura em três dimensões, como em um palco. A direção de arte na “partitura” em que se torna o livro é de mariam pessah.

A editora Clô Barcellos salienta a rica a experiência de trabalhar com essa linguagem singular. “Durante o processo, fomos absorvendo estas ideias e outras, como o uso de diferentes idiomas, complementando a proposta de identidade libertária. Assim, tivemos de derrubar algumas barreiras imaginárias aqui dentro da editora, no trabalho de construção do livro e na revisão, e aprender que os limites são mesmo imaginários. Criados para cercear e dominar. A língua. O corpo. Os lugares.”


Conforme observa Cris Judar (escritore, jornalista e doutorande em Literatura/USP) no texto de orelha, “na prática artística da desobediência – civil, de gênero, entre as outras tantas praticadas neste livro – que parte do olhar mais íntimo, até chegar à externalização via palavra escrita, mariam pessah compartilha conosco suas jornadas de entendimento e de dilapidação do cotidiano e da vida”.

A linguagem expansiva de A saliva que umedece exibe a essência dinâmica, múltipla, mutável da vivência não binárie ao explorar os limites da palavra e da militância em sua poética em trânsito, na qual conteúdo e forma mostram-se profundamente interligados. Este livro é prova cabal de que a escrita pode ser espaço para que a língua, solta e livre de inibições, deslize e exceda a si mesma, às coisas e às realidades que representa. O resultado é uma obra de referência, que, para nossa sorte, aponta para o impensado, o impossível, o improvável, o não-usual, o invisível”.

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Última alteração: 02/04/2025

Autores e Biografia

Pessah, Mariam (Autor) - Nasce em Buenos Aires, em 1968, e chega em 2001 a Porto Alegre. Fotógrafax, ARTivistax feminiStax, escritorax e poeta. É ativista lésbika feminiSta desde 1990. Tem seis livros publicados entre poesia, romance e ensaios. E várias participações em coletâneas e revistas de Abya Yala/Nossa América. Desde 2017 organiza em Porto Alegre o Sarau das minas.

Sumário

A saliva que umedece a língua
Há saliva para umedecer a língua?
Cadê a saliva que não umedece a língua?
O sal foi saliva umedecendo minhas línguas
A língua saliva a quem umedece
Umedece a língua a quem sal y va
Qual língua umedece as ilusões?
A língua que lambe os desejos
Qual língua lambe os desejos?
Qual a língua das minhas emoções
O sal da saliva sal-viva
O sal da saliva que umedece a língua
Outras línguas gestarão novas salivas?
Qual a língua que molha e sonha em me salivar?
Uma língua que sonha em morder e arder
A língua da indignAção
Palavra de língua
as entrelinhas das entrelínguas
A língua das minhas emo(A)ções
As salivas que umedecem a língua das vidas
Quais as línguas que nos nomeiam?
Pós-escrito 2023

Citações
Agradecimentos

mariam pessah



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